Lançado no final de 2018, a caixa de vinis «001» de Joe Strummer (1952-2002), podia prometer algumas surpresas agradáveis. Os 3 discos (mais um título com Mick Jones, «U.S. North», inédito e assinado com o seu companheiro do The Clash), retoma o que o guitarista rítmico dos quatro londrinos gravou antes do primeiro álbum "The Clash" (1977). Outras gravações inéditas são enlatadas com o seu primeiro grupo, The 101ers, outras a solo, entre 1975 e a data do seu desaparecimento.
Também o box revelam cançoes onde ele esta acompanhado pelos membros de The Latino Rockabilly War, ou The Mescaleros, além de outras participações em vários projetos, todos escolhidos entre os arquivos pessoais de Strummer.
Infelizmente, não são necessárias duas escutas para nos desiludirmos com a banalidade dos títulos, que vão de um rock bastante fraco, alguns ritmos mais exóticos, até uma incursão na country music pouco enpolgante. Uma caixa para fã que me faz dizer que o outro franco-atirador social da época Thatcher, Paul Weller (The Jam), foi muito mais prolixo e regular (e continua a sê-lo), e que se Strummer era puro adrenalina no palco, bastante simpático e racional em entrevista, os seus feitos de glória resumem-se ao primeiro álbum de 1977, o único que se pode qualificar de "punk", e do intocável «London Calling», entre ska e rockabilly. O tríplice «Sandinista» estava repleto de títulos inúteis, afogado no dub reggae e no rap, perdendo a oportunidade de fazer um único e excelente volume, e que «Combat Rock», foi salvo pelos seus dois hits «Rock the Casbah» e «Should I Stay or should I Go». Pouco demais para um roqueiro que merecia mais do que isso.
The Claypool Lennon Delirium: “South of reality”
Siouxsie and the Banshees, reedição em vinil de seus 12 albums, a banda mostrava um design acima da média. E já que a iconografia está de volta com o regresso do vinil, celebremos a reedição do catálogo da Siouxsie and the Banshees que sempre cuidou das suas capas, sempre de bom gosto, em estilos variados. O minimalismos «Join hands»; o belo degraus de azuis sobre tons de prata de «Peep shows»; dos mais expressionistas e enigmáticos «The Scream» e «Kaléidoscope», ao manierismo de Gustav Klimt do duplo ao vivo «Nocturno» e «A Kiss in the dreamhouse", na memória cubista de Hyaena, do tribal «Juju», até por fim, os muito elegantes e femininos «Superstição» e «the Rapture», o grupo nunca seguiu a aspereza da maioria dos seus discos; Cada um deles é um quadro, e claro a sacerdotisa do gótico post punk, uma artista indispensável, apesar de uma discografia irregular.
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