jeudi 25 mai 2017

E se eu parasse…?



A facilidade de criar seu próprio blog, nos dá exemplos bem diferentes de seu uso.
Do diário, que deixa de sê-lo uma vez que entra na rede, ao blog bem específico sobre um especialista em orquídeas. Espero não ter que lembrar o assunto que diz respeito ao site Tropicália MPB, e a este recente “Arte e Música popular como desculpa”! Mas, uma razão adicional para a criação deste último (além daquelas explicadas nas primeiras postagens) são as reflexões mais pessoais. 

Isso poderia parecer estar imbuído na minha pessoa, mas, em última análise, sendo um jornalista que escreve desde os meados dos anos 80, porque eu teria que receber algum tipo de lição? No fim das contas, todo mundo é livre para se expressar tanto no Brasil quanto na Bélgica. Assim, o que se segue permanece no assunto artístico. 

De um ano para cá, um acúmulo de preocupações me fez perder a animação que existia dentro de mim desde à criação do primeiro blog que tratava da música brasileira em 2007. Estes problemas de cunho pessoal, que inclui as obrigações que um estrangeiro deve preencher para permanecer em um país (vocês não façam idéias!), além das obrigações que todos vocês têm no seus cotidianos. O fato de viver em um clima político que não me afeta verdadeiramente, mas que influencia este clima de desconfiança no nosso dia-a-dia (foi quase engraçado no inicio, até virar rapidamente cansativo); trapaças que dizem respeito à empresa que me faz ficar no Brasil, e que leva a consequências financeiras que se tornam difíceis no âmbito pessoal; e o fato de trabalhar com um material pouco divulgado aqui, estou falando da Mac e Apple, e Panasonic, que, às vezes, me coloca em situações bastante estressantes. 

Deixei o Rio, há três anos, pois eu não me sentia realmente em casa, e viver em São Paulo, tem muito mais a ver comigo. Além do mais, eu achava os espaços culturais, e os criadores, mais inventivos. E é o caso, sem querer generalizar. Mas existem as distâncias, o trânsito, compensados pela amabilidade do “paulistano”, da qual eu não fazia a menor ideia. Enfim, há 1 ou 2 anos – não sei se é uma ideia pessoal ou compartilhada -, sinto uma espécie de relaxamento na criação, até mainstream – e poucas coisas conseguem me dar aquela empolgação musical que eu cheguei a sentir em outras épocas. Ou então sempre a sensação da repetição das coisas já ouvidas. Mas isto é frequente e cíclico, e sobretudo pessoal. 

Como sou uma espécie de humilde generalista de conhecimentos em várias áreas, me aconteceu que, em algumas épocas, assistir a dois ou três shows por semana não me dava necessariamente nenhum prazer, e isto, eu não quero perder.
A pergunta seria « será que esta área já me deu o que tinha que dar », para passar para outros desafios, anda me passando pela cabeça ultimamente, mas não me precipito pois continuo a ou
vir música no mesmo ritmo que antes e isto não vai mudar. Exceto que outras músicas me atraem, e se o jazz ou a música instrumental me faz descobrir um mundo que eu não conhecia não tão bem assim, isto não tem conexão com o que eu sempre divulgo nos sites e nos blogs que gerencio desde 2008, e na rádio desde 2003. Meus familiares se surprendem a ouvir Frank Sinatra, Dean Martin, bluesmen dos anos 50, e até musicas do outras regiões do mundo. Sem esquecer que sou um filho do “rock” , (ou pop rock) inglês e da soul americana, e que nunca parei de escutar a música que me formou. 

                                                        Dean Martin, Sammy Davies Jr, e Sinatra

Mas nada de sair me atropelando, e, há menos de uma hora, tive um prazer enorme ao escutar mais uma vez o último álbum de Ava Rocha que se apresenta hoje à noite na Casa de Francisca. Da mesma forma, os programas Tropicália MPB que gravo, entre outros, para a Rádio Judaica Bélgica, me dão muito prazer quando os produzo e mesmo quando os escuto novamente para meu bel-prazer. Pois a MPB de qualidade me traz um vento, o folêgo, que nao consigo achar nas outras musicas do mundo. Saibam que cada canção (mesmo para o programa Tropicália North Frequency), não é escolhida a toa, e o programa da semana é um tipo de retrato do meu humor do momento. Estes questionamentos nos são familiares, mas era importante falar sobre isso, pois analisando meus escritos, 2016 foi o ano menos produtivo até hoje (o deja desde 2008). O que conta é de continuar sempre acreditando, as vezes deixar passar um pouco de tempo para voltar mais faminto (quando sua vida pessoal passa por momentos complicados), mas também de ter a coragem de dizer para si mesmo que o mundo está repleto de assuntos empolgantes que podem colocar algumas certezas de lado. Pois bem, é isso aí, e como acabei de dizer, eu sei que vocês devem ter passado por este tipo de momentos na vida, onde, se tivermos a possibilidade, temos vontade de dar uma guinada de 180 graus...  Muitas vezes, no dia seguinte, nossas ideias também dão esta guinada para continuar com esta paixão que nunca vai desaparecer, a música. De repente a gente se acorda o dia seguinte, lendo o post da véspera, pensando “Nossa, mas o que posso escrever como besteira....e nem tinha bebido!”. Mas, brincadeira a parte, a pergunta que abre o post nao é para ser descartada...

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